Adegas

Duas regiões. Duas adegas. Duas “casas” onde a vontade de fazer vinhos únicos nos inspira e sustenta a cada momento.

Porta de Teira

Entre a Serra e as salinas, com uma paisagem verdejante, onde três dos quatro elementos – terra, água e ar – inspiram vinhos diferentes.

Foi a quatro quilómetros da cidade de Rio Maior, na encosta da Serra d’ Aire e Candeeiros, que foi plantada, em 2000, a primeira vinha da empresa, na região do Tejo. Nos 2,5 ha da propriedade, foram plantadas as castas que melhor se adaptariam às condições aí encontradas: Touriga Nacional, Aragonês e Syrah.

Quatro anos mais tarde, depois de ter descoberto grandes quantidades de calcário ativo no solo, João Barbosa decide plantar mais 1 ha de Pinot Noir. A vinificação que, no início, tinha lugar em adegas de amigos, passa a ser feita ‘em casa’ quando, em 2007, é construída a Adega Porta de Teira. É também nessa altura que são plantados mais 1,5 ha de Touriga Nacional e Alfrocheiro.

Em 2009, plantamos as primeiras castas brancas: Sauvignon Blanc e Fernão Pires (Maria Gomes). Com solos argilo-calcários, ricos e com grande capacidade de troca com as plantas, clima mediterrâneo com influência Atlântica e exposição solar máxima com vinha virada a Sul, as vinhas estão plantadas em declive, que propicia uma ótima drenagem dos terrenos, contribuindo para o equilíbrio das videiras e para produções baixas: uvas concentradas e potencial de acidez, que dá origem aos vinhos frescos e longevos da nossa marca Ninfa. Ao longo dos anos temos vindo a plantar mais algumas pequenas parcelas de vinha que nos encantam, como é o caso do Alvarinho, Tempranillo e Baga.

Valle de Junco

Entre extremos térmicos – dias muito quentes, noite muito frescas – Valle de Junco é a tranquilidade de um Alentejo atípico, numa paisagem surpreendente, com uma adega afastada do mundo.

Em 1997, João Barbosa compra 22 ha de terrenos na região do Alto Alentejo, na Esperança, Portalegre. Apaixonado pelos vinhos da Borgonha, escolhe esse terreno com solos ácidos, pobres e de textura fina, clima quase Continental, com influência da Serra de São Mamede a originar grandes amplitudes térmicas, a pensar no potencial de concentração de acidez e de longas maturações.

No ano 2000, planta 10 ha de vinha com as castas Syrah, Alicante Bouschet, Aragonês, Trincadeira, Alfrocheiro , Tinta Barroca e Touriga Nacional. A exposição solar favorece a maioria da vinha virada a Sul, plantada em encosta de serra rochosa granítica que origina uma competição entre plantas e um equilíbrio muito próprio, dando origem a produções de 3 a 4 T/ha, com uvas concentradas de grande complexidade, delicadeza e mineralidade. Estas características estão bem presentes na marca Lapa dos Gaivões, resultado do trabalho realizado nestas vinhas.

Em 2005, construímos a adega Valle de Junco, onde passa a ser feita a vinificação das nossas uvas biológicas, transformadas em vinhos de baixa intervenção. Até essa data, as uvas eram cuidadosamente transportadas para adegas vizinhas onde se vinificavam.

Porque os azares também acontecem, em 2015 vimo-nos obrigados a arrancar a totalidade da vinha e fazer alguns anos de pousio, para dar o devido e necessário descanso ao solo. Nunca deixámos de querer produzir o Lapa dos Gaivões e, por isso mesmo, em 2020 arregaçámos as mangas e voltámos a plantar tudo outra vez, com uma novidade: a vinha de uvas brancas, na mesma Serra, desta vez virada a nascente para que as horas de exposição solar sejam menores e menos intensas. Plantámos castas que gostamos: Síria, Galego Dourado e Arinto. Também na vinha de tintos decidimos fazer algumas alterações: desde 2022 que apanhamos Touriga Nacional, Touriga Franca, Tempranillo (de varas cedidas de uma vinha muito velha na Rioja Alta), Alicante Bouchet, Tinto-cão, Castelão e uma casta muito antiga da nossa Serra: a Grand Noir.